PERDA AUDITIVA E DEMÊNCIA
"As pesquisas até hoje analisaram o que afeta a perda auditiva, mas poucos observaram o quanto uma perda auditiva afeta a função cognitiva do cérebro", disse o coordenador do estudo, Frank Lin, professor assistente na divisão de Otologia da Universidade Johns Hopkins.
A investigação centrou-se 639 pessoas, cuja audição e habilidades cognitivas foram testadas entre 1990 e 1994 como parte do BLSA (Estudo longitudinal do Instituto sobre o Envelhecimento). Cerca de um quarto dos participantes tinham perda auditiva no início do estudo, mas nenhum tinha demência.
Os voluntários foram acompanhados através de exames a cada 1-2 anos, até 2008, 58 deles haviam desenvolvido demência. Comparado com os participantes com audição normal, as pessoas com perda auditiva leve, moderada e grave tiveram o dobro, triplo, e até cinco vezes mais o risco de desenvolver demência ao longo do tempo. De fato, quanto maior a perda auditiva, maior o risco de desenvolver a doença.
A ligação entre a perda da audição e demência ainda é incerta, mas os pesquisadores sugerem que as duas condições podem compartilhar uma patologia em comum, ou que o estresse de longo prazo devido à dificuldade para decodificar os sons, pode exasperar os cérebros desses indivíduos, deixando-os mais suscetíveis à demência.
Outra sugestão é que o indivíduo com deficiência auditiva começar evitar as atividades sociais, fator de risco para a demência e outros distúrbios cognitivos.
A pesquisa pode levar a novas formas de prevenção da demência, um problema que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e traz com ela um pesado fardo social, dizem os pesquisadores, mesmo algo tão simples como um aparelho auditivo pode ajudar a adiar ou impedir a demência em alguns dos casos.
O estudo foi publicado na revista Archives of Neurology, edição de fevereiro, e foi apoiado pelo programa de pesquisa interna do Instituto Nacional sobre Envelhecimento.
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