quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

PERDA AUDITIVA E DEMÊNCIA

 




PERDA AUDITIVA E DEMÊNCIA



Os idosos com perda auditiva têm um risco muito maior de desenvolver demência mais cedo do que aqueles que conseguem ouvir bem, de acordo com estudo realizado por pesquisadores da Universidade Johns Hopkins e do Instituto Nacional sobre o Envelhecimento.

"As pesquisas até hoje analisaram o que afeta a perda auditiva, mas poucos observaram o quanto uma perda auditiva afeta a função cognitiva do cérebro", disse o coordenador do estudo, Frank Lin, professor assistente na divisão de Otologia da Universidade Johns Hopkins.

A investigação centrou-se 639 pessoas, cuja audição e habilidades cognitivas foram testadas entre 1990 e 1994 como parte do BLSA (Estudo longitudinal do Instituto sobre o Envelhecimento). Cerca de um quarto dos participantes tinham perda auditiva no início do estudo, mas nenhum tinha demência.

Os voluntários foram acompanhados através de exames a cada 1-2 anos, até 2008, 58 deles haviam desenvolvido demência. Comparado com os participantes com audição normal, as pessoas com perda auditiva leve, moderada e grave tiveram o dobro, triplo, e até cinco vezes mais o risco de desenvolver demência ao longo do tempo. De fato, quanto maior a perda auditiva, maior o risco de desenvolver a doença.

A ligação entre a perda da audição e demência ainda é incerta, mas os pesquisadores sugerem que as duas condições podem compartilhar uma patologia em comum, ou que o estresse de longo prazo devido à dificuldade para decodificar os sons, pode exasperar os cérebros desses indivíduos, deixando-os mais suscetíveis à demência.

Outra sugestão é que o indivíduo com deficiência auditiva começar evitar as atividades sociais, fator de risco para a demência e outros distúrbios cognitivos.

A pesquisa pode levar a novas formas de prevenção da demência, um problema que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e traz com ela um pesado fardo social, dizem os pesquisadores, mesmo algo tão simples como um aparelho auditivo pode ajudar a adiar ou impedir a demência em alguns dos casos.

O estudo foi publicado na revista Archives of Neurology, edição de fevereiro, e foi apoiado pelo programa de pesquisa interna do Instituto Nacional sobre Envelhecimento.

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