Enquanto isso, o dia torna-se num momento oportuno para a sensibilização da opinião pública sobre a necessidade de promover a cooperação internacional no combate à desertificação e aos efeitos da seca.
Está definida a desertificação como sendo “a degradação da terra nas regiões áridas, semi-áridas e sub-húmidas secas, resultante de vários factores, entre eles as variações climáticas e as actividades humanas”, sendo que, por “degradação da terra”, se entende a degradação dos solos, dos recursos hídricos, da vegetação e a redução da qualidade de vida das populações afectadas.
As principais causas da desertificação estão associadas ao uso inadequado do solo e da água, especialmente em actividades agropecuárias, na mineração, na irrigação mal planificada e no desmatamento indiscriminado.
Quando se fala em deserto, logo se pensa no vazio de vegetação e na ausência do verde. Mas as monoculturas (verdes), sem dúvida, são as principais causadoras de desertificação.
Não é por acaso que surgiu a expressão “desertos verdes”, que se refere à silvicultura, o monocultivo de plantas exóticas, isto é, árvores não nativas, como eucaliptos, pinos, acácia e outros.
Entende-se que reflorestamento é repor a floresta em espécies nativas. Enquanto que silvicultura são as actividades de povoamentos florestais para satisfazer as necessidades de mercado e, geralmente, com árvores exóticas.
Como consequências da desertificação ocorrem o abandono das terras por parte das populações mais pobres, surgindo migrações forçadas, causando o aumento da população das grandes cidades, o que também provoca mais desemprego, pobreza, exclusão, marginalidade, poluição e outros problemas sócio-ambientais urbanos.
E as famílias que, mesmo com a desertificação, permanecem nos seus locais de origem, sofrem diminuição na qualidade e na expectativa de vida e o aumento da mortalidade infantil.
A desertificação também causa a desestruturação das famílias, pois a queda na produção agrícola provoca a diminuição da renda e do consumo das populações locais.
Também ocorre a desorganização dos mercados regionais e nacionais, o enfraquecimento do Estado e a instabilidade política. Nos dias de hoje, quase um milhão e meio de pessoas no mundo sofrem directamente com a desertificação, sendo colocadas em situações de risco.
Neste Dia Mundial de Combate a Desertificação e Seca, precisa-se renovar o compromisso de lutar colectivamente contra os factores da desertificação, cientes de que esta luta também resulta na prevenção de muitos outros problemas.
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